Inauguração da locomotiva na Serra da Piedade
ARQUIDEOCESE METROPOLITANA
Um transporte sustentável para preservar uma região de belezas naturais, garantir segurança na direção dos monumentos de fé e fortalecer o turismo religioso. Chega na reta final para a primeira viagem a Locomotiva da Piedade, com pneus e movida a diesel, que vai trafegar da Praça Antônio da Silva Bracarena, antes conhecida como Praça da Cavalhada, ao topo da Serra da Piedade – onde fica o Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade Padroeira de Minas –, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A informação foi divulgada pelo arcebispo metropolitano de BH, dom Walmor Oliveira de Azevedo, também presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Segundo ele, no mês em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), esta é uma boa notícia para a preservação da Serra da Piedade, de forma a evitar o trânsito de veículos até as duas basílicas que ficam no topo do maciço. Dom Walmor destacou o valor do patrimônio paisagístico, histórico, cultural e ambiental da região: “Se a Igreja quisesse, poderia ser muito rica, pois nesta montanha tem muito minério de ferro, ouro e água. Mas preferimos preservar este tesouro, que é de todos os mineiros”. Para o arcebispo, os maiores inimigos da serra são as ações predatórias e a extração mineral interessada em destruir o meio ambiente.
A inauguração pode ocorrer entre o mês que vem e setembro, período do jubileu da Padroeira de Minas. A locomotiva percorrerá 2,5 quilômetros até o alto da serra, que recebia antes da pandemia cerca de 500 mil peregrinos por ano e onde estão preciosidades que vão da vista em 360 graus da Grande BH à imagem de Nossa Senhora da Piedade, esculpida por Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814). Entre as joias do complexo turístico e religioso vinculado à Arquidiocese de BH, está a pequena ermida do século 18, considerada a menor basílica do mundo.
Em movimento Com aprovação da Superintendência em Minas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a construção da estação da chamada Locomotiva da Piedade tem recursos no valor de R$ 1,07 milhão provenientes de um termo de fomento firmado entre o governo estadual, via Secretaria de Cultura e Turismo, e a Arquidiocese de Belo Horizonte, já que o santuário foi considerado atrativo turístico de especial relevância para Minas Gerais. Além do tombamento pelo Iphan, o patrimônio natural ganhou reconhecimento total dentro da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, título concedido em 2015 e depois ampliado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
A preocupação com o meio ambiente e o trânsito excessivo em dia de festividades na estrada apertada e sinuosa que leva ao alto da Serra motivaram dom Walmor a pensar em uma alternativa para maior conforto dos visitantes. Pelo planejamento, quem chegar de carro, ônibus ou van à Praça Barcarena poderá desembarcar e pegar o transporte até as duas basílicas. Com cinco vagões de uma composição vinda do Rio Grande do Sul e capacidade para transportar 100 passageiros em cada viagem, a Locomotiva da Piedade será um charme a mais para encantar os visitantes.
Romaria
Segundo dom Walmor, o Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade – Padroeira de Minas Gerais se tornou ponto de partida de romaria que, em tempos de pandemia, se estende às igrejas domésticas, comunidades de fé e famílias. O arcebispo explicou que a Romaria Arquidiocesana pela Ecologia Integral, promovida em segunda edição no último dia 5, busca apontar novos caminhos, em sintonia com os ensinamentos do papa Francisco.
A celebração foi o início de uma programação planejada para todo o ano, nas paróquias e nas redes sociais, a partir de articulação do Vicariato Episcopal para Ação Social, Política e Ambiental da Arquidiocese de Belo Horizonte.
Atividades Conforme a Arquidiocese de BH, o Setor Ambiental do Vicariato, com os seus comitês, vai desenvolver uma série de atividades educativas, muitas na modalidade telepresencial, com o objetivo de inspirar a adoção de novos hábitos, mais condizentes com a “Carta Encíclica Laudato Si’” – sobre o cuidado com o planeta, a chamada casa comum, do papa Francisco.
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