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Mestres do barro do Jequitinhonha são protagonistas no Rio


Mestres do barro do Jequitinhonha são protagonistas no Rio de Janeiro


Depois de cinco anos ausente da Sala do Artista Popular (SAP), do Centro Nacional de Folclore e Cultural Popular do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (CNFCP/Iphan), Minas Gerais volta a levar mestres artesãos para um dos espaços mais representativos da cultura do Brasil. A mostra “Arte do barro, arte na vida – Caraí, MG”, será aberta no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (17/10) e segue até 24/11.

A iniciativa do Estado, por meio do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene) e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede), reúne peças de autoria de familiares de dois reconhecidos ceramistas de Caraí, na região do Jequitinhonha: Noemisa Batista Santos (1947) e Ulisses Pereira Chaves (1924-2006). Nos trabalhos, são transmitidos saberes e ofícios deixados como legado por esses mestres da arte popular, que fizeram história com o barro.

A exposição terá máscaras e cabeças produzidas pelos filhos de Ulisses, Margarida Pereira Silva e José Maria Alves da Silva. Além disso, a mostra traz cenas modeladas pela neta, Rosana Pereira Silva, que refletem diálogo com a arte do avô, o encanto dos contos populares e dos filmes de animação. Os descendentes preservam a força e a identidade da obra do ceramista, que já esteve em Paris e sempre ocupou lugar de destaque na residência do paisagista Burle Marx.

A família de Noemisa leva para o Rio bonecas da irmã Geralda Batista dos Santos. Entre as peças, estão desde aquelas em forma de moringa até as que retratam o cotidiano. O diretor-geral do Idene, Nilson Borges, reafirma que há um compromisso com o desenvolvimento econômico e cultural do local. "Trabalhamos para fortalecer o artesanato mineiro, considerado um dos mais importantes do Brasil", diz.

Legado de Caraí

As obras vêm de Caraí, município do Médio Jequitinhonha, região marcada pela pouca chuva e pela pequena produção agrícola. Há algumas décadas, a cidade já se destacava pelo trabalho de gerações de mulheres que dominavam a arte em barro, conhecidas como paneleiras. Com o passar dos anos, as peças produzidas para uso cotidiano foram dando espaço a uma confecção mais singular e voltada para o mercado urbano. Foi nesse contexto, a partir dos anos 1970, que as criações de Noemisa e Ulisses ganharam evidência.

Sala do Artista Popular

A SAP foi criada em 1983 com objetivo de ser um espaço de exposições de curta duração, voltado para difundir e comercializar obras de artistas e comunidades artesanais. O catálogo de cada mostra é desenvolvido a partir de pesquisa etnográfica e documentação fotográfica. Desde a criação, já foram realizadas 198 exposições no local.


Serviço:

Exposição “Arte do barro, arte na vida – Caraí, MG”

Data: De 17/10 a 24/11

Horário: De terça-feira a sexta-feira, das 11h às 18h

Local: Rua do Catete, 179, Glória, Rio de Janeiro (RJ)

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