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NOVO VAZAMENTO COLOCA MORO COMO "PROTETOR" DE PSDB E FHC

  • Joao Paulo Dornas
  • 19 de jun. de 2019
  • 3 min de leitura

FOTO: GOV. FEDERAL


Revelações feitas nesta terça-feira, 18, pelo The Intercept, sobre a operação Lava Jato induzem a suspeita, reforçada por boa parte da opinião pública há tempos, de favorecimento do ex-Juiz Sérgio Moro em situações relativas ao PSDB e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O fato gira em torno de FHC ter solicitado dinheiro ao empresário Marcelo Odebrecht.

Segundo o Intercept, no dia 17 de novembro de 2015 o procurador Roberson Pozzobon sugeriu investigar, num mesmo procedimento, pagamentos da Odebrecht aos institutos de Lula e FHC. “Assim ninguém poderia indevidamente criticar nossa atuação como se tivesse vies partidário”, justificou Pozzobon.

Após a sugestão de inquérito, o procurador mostrou uma troca de e-mails de 2014 entre a secretária de FHC, Anna Mantovani, e dois interlocutores: um representante da Associação Petroquímica e Química da Argentina, a Apla, identificado como Manuel Diaz, e um empresário do ramo cultural, Pedro Longhi. A funcionária de FHC fala para verificarem com a Braskem – empresa do ramo petroquímico controlada pela Odebrecht – qual a “melhor maneira para (a empresa) fazer a doação (para o Instituto Fernando Henrique Cardoso)”.

Em outra imagem encaminhada por Pozzobon, mostra-se que a Odebrecht havia feito pagamentos mensais de R$ 975 mil ao IFHC entre dezembro de 2011 e de 2012.

As investigações da Lava Jato também revelaram cinco emails que tratam de contribuições para o instituto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Há duas mensagens do próprio FHC pedindo doações a Marcelo em 2010. Em um dos e-mails, FHC manda a mensagem ‘SOS’, que significa socorro, para ajuda na campanha e envia dados bancários. Valores não são mencionados.

O caso foi parar na Lava Jato de São Paulo e nunca passou pela avaliação nem do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, nem do então juiz Sérgio Moro.

A publicação da Intercept indica que essa denúncia não seria acatada já que atrapalharia no processo referente ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Segundo o site, Moro teria manifestado contrariedade com a decisão de investigar o caso em São Paulo mesmo já estando provavelmente prescrito porque isso melindraria "alguém cujo apoio é importante".

O diálogo começa com uma mensagem atribuída a Moro e dirigida a Dallagnol. Eles conversam sobre o caso envolvendo FHC, que havia sido encaminhado de Brasília, onde tramitava, para a Lava Jato de São Paulo.

Moro – 09:07:39 – Tem alguma coisa mesmo séria do FHC? O que vi na TV pareceu muito fraco?

Moro – 09:08:18 – Caixa 2 de 96?

Dallagnol – 10:50:42 – Em pp [princípio] sim, o que tem é mto fraco

Moro – 11:35:19 – Não estaria mais do que prescrito?

Dallagnol – 13:26:42 – Foi enviado pra SP sem se analisar prescrição

Dallagnol – 13:27:27 – Suponho que de propósito. Talvez para passar recado de imparcialidade

Moro – 13:52:51 – Ah, não sei. Acho questionável pois melindra alguém cujo apoio é importante


A Justiça Federal arquivou em 5 de julho de 2017 a investigação sobre FHC. O juiz acolheu pedido do Ministério Público Federal, que pediu arquivamento argumentando que o crime prescreveu.

"(...) É fato notório que o representado Fernando Henrique Cardoso possui mais de 70 anos, de sorte que se deve aplicar o disposto no artigo 115 do Código Penal, diminuindo pela metade o prazo acima mencionado. Decorridos mais de 10 anos das datas dos fatos, quais sejam, as campanhas eleitorais nos anos de 1993 e 1997 e não havendo causa interruptiva desse prazo até o presente momento, é de se reconhecer a prescrição", escreveu na sentença, na ocasião, o juiz Márcio Assad Guardia.


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