CABANA: BUSCA E APREENSÃO CONTRA DROGA E HOMICÍDIO

Com o objetivo de combater os crimes de homicídio e tráfico de drogas na Cabana do Pai Tomás e outros cinco bairros da capital, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) realizou na manhã desta quinta-feira (11/2) a operação Tolerância Zero. Durante a ação, foram cumpridos três mandados de prisão, sendo dois contra suspeitos por envolvimento em homicídios e o terceiro, por tráfico de drogas.

Conforme explicou o delegado Daniel Araújo, o homem preso por tráfico, de 28 anos, é técnico do time de futebol do Cabana e integrante de uma torcida organizada. Em outra ocasião, a polícia já havia localizado na casa dele 1.700 pinos de cocaína, motivo pelo qual foi expedido o mandado de prisão. Já os outros dois suspeitos foram presos por homicídios distintos. O delegado Alexandre Oliveira destaca que os crimes tiveram, direta e indiretamente, relação com o tráfico de drogas na região.

Homicídios

O primeiro homicídio ocorreu no dia 5 de novembro do ano passado, no bairro Miramar, no Barreiro. A vítima, de 17 anos, foi morta em razão de uma dívida de R$ 600, com traficantes do bairro Olaria. Conforme as investigações, o jovem trabalhava vendendo drogas, mas teria desistido de continuar nessa atividade. Mesmo devendo, a vítima passou a ostentar em redes sociais fotos com produtos de marca, o que desagradou os traficantes.

No dia do crime, a vítima trocou mensagens com um dos suspeitos. Três pessoas teriam participado da ação criminosa, sendo um deles menor de idade. Enquanto um dirigia, outros dois se esconderam no banco de trás do carro e, quando avistaram o jovem em uma rua saída, efetuaram os disparos.

O suspeito, preso nesta quinta-feira, já é investigado por outros dois homicídios, um em Belo Horizonte e outro em Ibirité, na Região Metropolitana. Ele é apontado como gerente do tráfico no bairro Olaria e já foi preso em flagrante pelo comércio ilegal de drogas.

O segundo homicídio ocorreu no dia 11 de janeiro deste ano, no bairro Santa Margarida, também no Barreiro. O delegado Alexandre Oliveira explica que dias antes do crime a vítima, de 19 anos, teria ido a padaria e comprado cigarro. Ele se distraiu, acabou perdendo o produto e pediu a devolução do dinheiro para os funcionários, que negaram o estorno. Descontrolado, o rapaz causou um tumulto no local, jogou alguns produtos no chão e foi embora.

A polícia acredita que, no dia em que foi morto, o gerente da padaria tenha alertado traficantes locais sobre a presença dele na região. “A câmera da padaria foi desligada e, de acordo com a perícia, as imagens foram apagadas”, conta Oliveira. O gerente da padaria foi preso por participação no homicídio. A polícia trabalha agora para qualificar os executores.

Ação integrada

Em relação a operação policial, a chefe do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Letícia Gamboge, destaca: “Trata-se de uma ação integrada, resultado de investigações qualificadas do DHPP e do Denarc. O objetivo é enfraquecer organizações criminosas que atuam na região do Barreiro e trazer paz aos moradores do local”.

O chefe do Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc), Júlio Wilke, ressalta que “essa é a segunda de uma série de ações desencadeadas pelos dois departamentos. Os crimes de tráfico de drogas e homicídios muitas vezes estão relacionados, motivo pelo qual temos que focar no desmantelamento dessas organizações criminosas”.

A operação, resultado de uma parceria do DHPP e do Denarc, contou com a participação de 130 policiais civis, além do Canil da PCMG, da Coordenação Aerotática (CAT) e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core).